DESGOSTO
Referimo-nos habitualmente aos desgostos da vida como se nada mais tivéssemos que pensar. Tal ocorrência sobrevêm, de vez que, em nossas atuais condições evolutivas, somos ainda propensos a fixar o coração nos fenômenos do mal, extremamente desmemoriados quanto ao bem, à feição de pessoa que preferisse morar dentro de uma nuvem, à frente do Sol. Ligeiro mal-estar obscurece-nos a harmonia interior e adotamos regime de aflição que acaba por atrair-nos moléstia grave... Isso porque apagamos da lembrança os mi-lhares de horas felizes que lhe antecederam o apareci- mento, sem perceber que o incômodo diminuto é aviso da natureza a que retomemos posição de equilíbrio. Breve desajuste no lar interrompe-nos a alegria e desvairamo-nos em revolta, instalando, às vezes, perigosos quistos de malquerença, no organismo familiar... Isso porque quase nunca relacionamos os te-souros de estabilidade e euforia com que somos favore-cidos em casa, longe de observar que o problema impre-visto exp