Sente-se como que a pairar acima e além da escala humana. Então, se recorda ser filha de um Pai amoroso e bom. Recorda de um Criador que a tudo para todos provê. E plena de gratidão, extravasa em versos sua alma: Deus, Inteligência das inteligências, Causa das causas, Lei das leis, Princípio dos princípios, Razão das razões, Consciência das consciências. Bem tinha razão Isaac Newton ao descobrir-se, toda vez que pronunciava Vosso nome. Deus, Pai bondoso, eu Vos encontro na natureza, Vossa filha e nossa mãe. Eu Vos reconheço, Senhor, na poesia da criação, no vento que dedilha harmonias na cabeleira das árvores. Nas cores que se apresentam tão diversificadas em matizes e gradações. Nas águas que rolam, silentes, em córregos minúsculos, nas cachoeiras que se lançam, ruidosas, de alturas consideráveis, no verdor da grama que atapeta o jardim e as praças. Reconheço-Vos, Pai, na flor dos jardins e pomares, na relva dos vales, no matiz dos campos, na brisa dos prados. Senhor, eu Vos encon