KARDEC E A DOUTRINA ESPÍRITA

Existe uma base doutrinária denominada Codificação Espírita ou dos Espíritos, Doutrina Espírita ou dos Espíritos.

Este 'pilar' foi trazido através de diversos médiuns espalhados pelo mundo todo e sob o comando do 'encarnado' Allan kardec (pseudônimo, diga-se de passagem).

Allan Kardec foi a criatura escolhida para 'compilar' a obra, sendo diretamente amparado, intuído e orientado pela espiritualidade amiga no relativo a este ínterim.

Em Prolegômenos encontramos exatamente como foi essa passagem, o que coube a Kardec e quem eram os Espíritos Superiores incumbidos de trazerem todo esse apanhado doutrinário.

Lá, poderemos encontrar nomes de grande envergadura moral e que se uniram em busca de uma mesma finalidade.

Kardec enfatizou que a Codificação Espírita não seria finalizada ali, em suas mãos, mas sim que deveria ser revista e acrescida por ser algo 'vivo'. Deixou-nos uma maneira de realizar essa tal revisão, que seria o CONTROLE UNIVERSAL DOS ESPÍRITOS contido no prefácio do Evangelho Segundo o Espiritismo e que nos mostra a maneira com a qual deveríamos aceitar como sendo verdade ou acréscimo doutrinário aquilo que assim fosse ofertado.

Se observarmos esse Controle Universal dos Espíritos, veremos que existe a necessidade de que a mesma informação seja trazida por um número substancial de médiuns de diversos locais e não interligados entre si .

O que vemos em nossos dias é que ninguém conseguiu essa 'hegemonia', ou seja, as informações foram sendo trazidas de forma aleatória e dispersa, através de espíritos de admirável estágio evolutivo (Emmanuel, Joanna de Angelis, Bezerra de Menezes, dentre outros) e por outros nem tão famosos ou renomados, mas que se fizeram expressar através de médiuns de grande valia para o Movimento Espírita (Francisco Xavier, Ivonne A. Pereira, Divaldo Pereira Franco, dentre outros) e isto só se referindo a Brasil, local aonde a Doutrina Espírita ganhou enorme fôlego e credibilidade mesmo diante ao exterior.

Com o passar do tempo e do chamado 'conhecimento' individual de cada criatura, muitos disseram que existia 'algo mais' que a Doutrina Espírita e resolveram se 'assumir' como sendo espiritualistas (denominação que consta da introdução do Livro dos Espíritos e que norteia àqueles que desejam se auto-entitular espíritas ou não) e passaram a trazer as 'novidades' (no bom sentido) do plano espiritual, mas de forma individualizada, ou seja, cada qual começou a andar sozinho, criando pequenas sub-divisões espiritualistas (excelente exemplo desta situação, temos na família Gaspparetto, a qual foi porta de entrada para muitos espíritas ao movimento espírita, através de seus romances mediúnicos, mas que em determinado momento sentiram-se no dever de não mais se apresentarem como espíritas; fato notável e de grande demonstração de caráter).

Nada muito diferente também ocorreu dentro da própria Doutrina Espírita, desde os tempos de Kardec, quando temos a figura de Roustaing que, inicialmente era participante da Doutrina, mas que notou 'falhas' dentro dela e lançou a chamada Doutrina Roustaingnista. Imagine o que não se deu, no Brasil em termos de Federação Espírita Brasileira e seus defensores/participantes.

Temos alguns exemplos de subdivisões do próprio nome do Espiritismo e de pessoas de grande fidelidade Doutrinária que deixaram as fileiras da Federação Espírita Brasileira (Herculano Pires é um deles, embora não tenha criado nenhuma sub-divisão doutrinária, mas sim, manteve-se fiel aos chamados preceitos 'Kardecianos').

Em muitos momentos, existe uma confusão generalizada com o que seja Doutrina Espírita e com o que sejam as crenças irmãs (Umbanda é um exemplo, aonde é uma crença muito diferente da Doutrina Espírita, mas que se utiliza do Evangelho Segundo o Espiritismo em grande maioria de centros e seus adeptos se denominam espíritas, não por maldade, mas por desconhecimento do verdadeiro sentido da palavra).

Enfim....

Essa introdução foi para dizer que, embora Kardec fosse um ser encarnado como tantos outros que recebem psicografias e instruções dos irmãos da espiritualidade, somente a ele coube a grande responsabilidade de falar em nome dos Espíritos Superiores incumbidos de nos revelar a Codificação Espírita e que, em sua grande maioria, o respeitavam e admiravam de forma aberta e visível.

Existe uma introdução ao Livro dos Espíritos em comemoração aos 100anos de edição, escrita por Herculano Pires*, que nos mostra um pouco da grande tarefa que foi a execução da compilação destas obras 'pilares' e, se fizermos uma analogia com os dias atuais, veremos que Kardec foi mágico para realizar tudo o que realizou.

Hoje em dia, com tantos recursos de que dispomos, com todo o conhecimento revirado por tantos autores irretorquíveis (Léon Denis, Gabriel Delanne, etc) e com a grande 'popularidade/aceitação' da Codificação Espírita em tantos cantos do Mundo, nós espíritas não somos capazes de realizar o tal do Controle Universal dos Espíritos sugerido e utilizado pelo próprio Kardec e, em decorrência disso, muitas falácias são ditas em nome da Doutrina.
Tomamos por base coisas ditas aqui e ali, mas ainda assim, não temos um local que centralize esse controle e discernimento. Exemplo típico é a divisão existente, dentro do Movimento Espírita, no tocante à aceitação do manuseio de células-tronco embrionárias.

Enfim...vale lembrar que Kardec sempre enfatizou ser um mero instrumento, mas que é inegável que os próprios espíritas acabam trazendo deturpações á causa, quando dizem, por exemplo, que são Espíritas Kardecistas, na ingênua pretensão de explicarem a que 'ramo' pertencem.
 

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