QUEM SÃO OS ANJOS?
ESPÍRITOS PUROS
Caracteres Gerais: Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, em relação aos Espíritos das outras ordens.
Primeira classe / Classe Única: Percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Havendo atingido a soma de perfeições de que é suscetível a criatura, não têm mais provas nem expiações a sofrer. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, vivem a vida eterna, que desfrutam no seio de Deus.
Gozam de uma felicidade inalterável, porque não estão sujeitos nem às necessidades nem às vicissitudes da vida material, mas essa felicidade não é a de uma ociosidade monótona, vivida em contemplação perpétua. São os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam, para a manutenção da harmonia universal. Dirigem a todos os Espíritos que lhes são inferiores, ajudam-nos a se aperfeiçoarem e determinam as suas missões. Assistir os homens nas suas angústias, incitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os distanciam da felicidade suprema é para eles uma ocupação agradável. São, às vezes, designados pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.
Os homens podem comunicar-se com eles, mas bem presunçoso seria o que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.
Os Anjos Segundo o Espiritismo
Que
haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não
restam dúvidas. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de
todos os povos, mas nos faz conhecer, ao mesmo tempo, a origem e
natureza de tais seres.
As
almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem
conhecimentos e sem consciência do bem e do mal, porém, aptos para
adquirirem tudo o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o
fim - que é a perfeição - é para todos o mesmo.
Conseguem-no
mais ou menos prontamente em virtude do livre-arbítrio e na razão
direta dos seus esforços; todos têm os mesmos graus a percorrer, o mesmo
trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros,
porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não têm
predileções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a
vossa norma de conduta; só ela pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for
conforme é o bem; tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira
liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros
da vossa própria sorte.
Deus,
portanto, não criou o mal; todas as suas leis são para o bem, e foi o
próprio homem quem criou esse mal, infringindo essas leis; se ele as
observasse, escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho.
Entretanto,
a alma, qual criança, é inexperiente nas primeiras fases da existência,
e por isso ela é falível. Não lhe dá Deus essa experiência, mas dá-lhe
meios de adquiri-la. Assim, um passo em falso, no caminho do mal, é um
atraso para a alma, que, sofrendo-lhe as conseqüências, aprende à sua
custa o que importa evitar. Deste modo, pouco a pouco, se desenvolve,
aperfeiçoa e avança na hierarquia espiritual até ao estado de Espírito puro ou anjo.
Os anjos
são, pois, as almas dos homens chegados ao grau de perfeição que a
criatura comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade.
Antes, porém, de atingir o grau supremo, gozam de felicidade relativa ao
seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas
funções que a Deus apraz confiar-lhes, e por cujo desempenho se sentem
felizes, tendo ainda nele um meio de progresso.
A
Humanidade não se limita à Terra; ela habita inúmeros mundos que no
Espaço circulam; já habitou aqueles que desapareceram e habitará os que
se formarem. Tendo-a criado de toda a eternidade, Deus jamais cessa de
criá-la. Muito antes que a Terra existisse e por mais remota que a
suponhamos, outros mundos haviam, nos quais Espíritos encarnados
percorreram as mesmas fases que ora percorrem os de mais recente
formação, atingindo seu fim antes mesmo que houvéramos saído das mãos do
Criador.
De toda a eternidade tem havido, pois, Espíritos puros ou anjos;
mas, como a sua existência humana se passou num infinito passado, eis
que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempos.
Realiza-se
assim a grande lei de Unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e
sempre teve Espíritos puros, experimentados e esclarecidos, para
transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos
mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de
criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos ou
novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos,
enfim, são filhos de suas obras.
E, desse modo, completa-se com igualdade a Soberana Justiça do Criador.
Texto retirado do livro “O Céu e o Inferno - A Justiça Divina Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec
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