A FOLHINHA DE PAPEL

Era uma vez uma folhinha de papel, que morava em uma gaveta junto com outras folhinhas.
E ela dizia:
─ Meu sonho é ser portadora de grandes notícias. Quero ser escrita com muitas palavras bonitas, alegrar o coração das pessoas.
E outra folhinha ao lado também sonhava:
─ Eu não, quero é ficar cheia de números e contas, fórmulas e expressões matemáticas.
E outra folhinha ainda dizia:
─ Meu caso é diferente, quero ser bem colorida, enfeitada de desenhos.
E todas as folhinhas suspiravam pela realização de seus sonhos.
O tempo passou, e as folhinhas foram sendo usadas.
A que desejava ser preenchida de cálculos ficou repleta de escrita.
A que desejava ser colorida com desenhos virou aviãozinho de papel; depois de ser arremessada várias vezes ao vento, pousou num cesto de lixo.
O mais interessante aconteceu com aquela que queria ser portadora de boas notícias, ela realizou seu sonho em parte.
Foi escrita em suas linhas, uma linda declaração de amor. Cada palavra escrita na folhinha exalava o perfume apaixonado do coração da jovem que escreveu nela.
A carta ficou pronta; a folhinha feliz foi colocada dentro de um envelope muito bonito.
Posta no correio seguiu emocionada, portadora de uma declaração de amor.
Finalmente chegou a seu destino, enfim, ela daria a boa notícia.
O envelope foi rasgado e a folhinha desdobrada.
O jovem leu e depois de rir dos sentimentos da remetente, amassou a folhinha atirando-a num cesto de lixo.
Horas depois a folhinha foi recolhida para um saco de lixo e jogada sobre um caminhão.
 Com outras folhinhas  dentro do saco de lixo, ouvia falar do seu destino.
─ Vamos ser recicladas meninas; – contava uma folha bem velhinha, amarelada pelo tempo – depois de recicladas vamos ser úteis mais uma vez. A gente vem como folha de caderno ou jornal, é reciclada e pode até virar página de livro.  É um vai e volta sem fim.
Uma folha de livro bem amassadinha, que ia com as folhinhas afirmou:
─ Eu era a página de um livro chamado, “O Livro dos Espíritos” a reciclagem me lembra as lições desse livro. Os homens me liam para aprender sobre a reencarnação; – as folhinhas admiradas ouviam com atenção – a reencarnação é o vai e volta do espírito.
Nós as folhinhas de papel, somos recicladas, indo e voltando para ajudar o homem em seu progresso. Mas somos sempre papel. O espírito passa pela reencarnação para progredir.
Ao ouvir essa agradável notícia, a folhinha que queria ser portadora de boas notícias ficou muito feliz, pois sabia que, reciclada, teria nova oportunidade de realizar seu sonho.

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