A SOLIDÃO

À medida que te elevas, monte acima, no desempenho do próprio dever, experimentas a solidão dos cimos e incomensurável tristeza te constringe a alma sensível. 
Onde se encontram os que sorriram contigo no parque da primeira mocidade?
 
Onde pousam os corações que te buscavam o aconchego nas horas de fantasia?
 
Onde se acolhem quantos te partilhavam o pão e o sonho, nas aventuras ridentes do início? 
Certo, ficaram... 
Ficaram no vale, voejando em círculo estreito, à maneira das borboletas douradas, que se esfacelam ao primeiro contato da menor chama de luz que se lhes descortine à frente. 
Em torno de ti, a claridade, mas também o silêncio... 
Dentro de ti, a felicidade de saber, mas igualmente a dor de não seres compreendido... 
Tua voz grita sem eco e teu anseio se alonga em vão. 
Entretanto, se realmente sobes, que ouvidos te poderiam escutar a grande distância e que coração faminto de calor do vale se abalançaria a entender, de pronto, os teus ideais de altura? 
Choras, indagas e sofres... 
Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso? 
A ave, para libertar-se, destrói o berço da casaca em que se formou, e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida. 
A solidão com serviço aos semelhantes gera a grandeza. 
A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o Sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho. 
Não te canses de aprender a ciência da elevação. 
Lembra-te do Senhor, que escalou o Calvário, de cruz aos ombros feridos.
 
Ninguém o seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça. 
Recorda-te dele e segue... 
Não relaciones os bens que já espalhaste. 
Confia no Infinito Bem que te aguarda. 
Não esperes pelos outros, na marcha de sacrifício e engrandecimento.
 
E não olvides que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as criaturas, o Divino Amigo dos Homens não somente viveu, lutou e sofreu sozinho, mas também foi perseguido e crucificado. 
Livro Fonte Viva.  
Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia Francisco C. Xavier

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